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Portador de deficiência era mantido amarrado em sítio em VR

O Conselho Tutelar de Volta Redonda retirou, no fim da manhã desta quarta-feira, de um sítio no bairro São Luis, um adolescente portador de deficiência mental, de 16 anos, que era mantido amarrado pelo pai, Paulo Washington dos Reis, de 52 anos. A denúncia chegou ao conselho no início da manhã.

Acompanhados dos policiais militares Marcos e Giosseffe, os conselheiros Claudinei Evangelista e Richard Nunes tiveram dificuldades de localizar o sítio, mas assim que chegaram à propriedade, que pertence a um primo de Paulo, este – ao ver a viatura policial – tentou correr para desamarrar o menor, que estava numa varanda nos fundos da casa. O garoto foi encontrado ainda com a corda amarrada a um dos pés.

Paulo, que morava sozinho com o garoto, foi conduzido à delegacia de Volta Redonda, enquanto o filho deve foi encaminhado para exames. Ele não fala, grita muito e toma remédios controlados.

A casa do sítio tem dois quartos, mas não tem banheiro. Na moradia, os conselheiros e até os policiais ficaram impressionados com a sujeira, inclusive da geladeira. Mas o que mais impressionou foi que um dos quartos está repleto de biscoitos guardados em sacos plásticos e espalhados pelo chão. “É um absurdo”, comentou Claudinei. que chamou a atenção também para o grande número de pneus amontoados na propriedade, cheios de água, servindo como cenário ideal para a proliferação do mosquito transmissor da dengue.

Esta é a segunda vez em que o Conselho Tutelar é acionado devido ao mesmo adolescente. Em 14 de abril de 2010, o então conselheiro Antônio Sousa Luís esteve na propriedade, onde teria encontrado o adolescente num colchão, junto com os porcos. Na ocasião, o menor foi entregue à mãe, Maria das Graças Reis, e levado por ela para Manhuaçu, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais.

Simplório, Paulo disse ao FOCO REGIONAL que mantinha o filho amarrado porque não tem como cuidar dele e precisa trabalhar no sítio. “Eu não maltrato ele. Minha mulher mora em Minas Gerais e está se aposentando para vir pra cá. Eu o deixo amarrado, senão ele quebra tudo dentro de casa”, afirmou o pai.

Ele declarou ainda que os biscoitos num dos quartos não seriam, conforme suspeitam os conselheiros, para distrair e alimentar o adolescente: “De jeito nenhum, são usados para tratar dos animais”, alegou Paulo. No sítio são criados porcos, galinhas, patos e gado”.

– Meu primo fez a casa pra mim. Só posso limpar à tarde, antes de dormir – acrescentou o pai, dizendo que trouxe o filho de Minas faz apenas três dias. A informação, no entanto, é desmentida por um ofício do Conselho Tutelar de Manhuaçu, datado de 24 de abril deste ano, enviado ao Conselho Tutelar de Volta Redonda, solicitando a localização do adolescente.  “Hoje cedo a denúncia chegou ao conselho e saímos para verificar. Infelizmente, encontramos esta situação”, lamentou Richard.

O fato será encaminhado ao Juizado da Infância e da Juventude de Volta Redonda, além do Ministério Público e também está sendo analisado pelo delegado Antônio Furtado.  O policial adiantou que, pelas informações que recebeu, Paulo será indiciado por cárcere privado, cuja pena pode chegar a três anos de prisão. Fernando Pedrosa/Foco Regional

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