– Hoje, exportamos para 15 países da Europa, Ásia, Inglaterra e Estados Unidos. Até dezembro próximo, nossa meta é alcançar 10 novos países, já que temos uma capacidade produtiva de 15 mil garrafas de gin por dia. Recentemente, firmamos negócios com o Uruguai e Cingapura o que demonstra que, mesmo em tempos de pandemia, é possível alavancar as vendas, aumentar os índices de empregabilidade e de receita tributárias para o município. Nossas vendas cresceram cerca de 20% nos últimos meses através do e-commerce e a perspectiva é aumentar o número de empregos gerados a partir da exportação do nosso gin para outros países do mundo – destacou o empresário.
Uma das curiosidades da empresa fica por conta da maior parte das vagas serem destinadas às mulheres, que são selecionadas por uma empresa terceirizada. “Acreditamos na energia feminina e na positividade existente na Amazônia. É este local que dá vida ao nosso produto. Por isto, a destilaria utiliza produtos específicos da Floresta Amazônica e destina um percentual das vendas do Gin Amázzoni Rio Negro a uma tribo indígena daquela região”.
Amázzoni cria tour guiado à fabricação de Gim
Ainda na sala dos alambiques é servido um almoço harmonizado com drinques, e cardápio italiano. Todos os pratos levam em sua composição alguns dos botânicos utilizados na infusão do gin. Durante o tour, a produção do destilado é detalhada minuciosamente. A legislação brasileira impõe o descarte de 15% do início e 15% do fim da produção devido à possibilidade de conter polifenóis e outras substâncias que fazem mal à saúde. No caso do Gin Amázzoni, são descartados 30% do início e 20% do final. Este produto é transformado em combustíveis geradores de energia na fazenda.
Assim nasceu o Gin Amázzoni
Um dos destilados mais amados pelos fãs de coquetéis no mundo, o Gin Amázzoni nasceu de uma brincadeira entre amigos. Na falta de um bom gin brasileiro, o italiano Arturo Isola e seus amigos, entre eles o brasileiro Alexandre Mazza, começaram em sua própria residência no Rio de Janeiro um alambique elétrico de cinco litros.
A evolução do processo exigiu receitas mais apuradas e espaços mais amplos. Eles chegaram numa primeira destilação de gin com jambu, até que um amigo em comum apresentou a eles o argentino Tato Giovanonni. O mixologista (termo aplicado ao processo de criação de coquetéis através da utilização de equipamento científico e as técnicas principais da gastronomia molecular), que estava morando na capital, já tinha o próprio gin em seu país. “Ele topou fazer a consultoria técnica, e ficou seis meses mexendo nas combinações, até chegar na receita ideal”, revelou Arturo Isola.
Quando chegaram no sabor que queriam, acharam uma destilaria de cachaça no distrito de Floriano, em Barra Mansa. Na época, Arturo Isolda e Alexandre Mazza buscaram os recursos necessários para investir na Start-up, que começou como um negócio caseiro e hoje ultrapassa as fronteiras do país, chegando aos Estados Unidos, Inglaterra, Ásia e outros locais do mundo. “Investimos nas máquinas necessárias e na transformou na primeira destilaria de gin do país”.
A receita do argentino Tato Giovanonni tem o sabor marcante do aroma cítrico do limão siciliano e da mexerica, além da delicadeza do cacau, da castanha do Pará e o cipó-cravo.
Origem do gin
O gin foi produzido pela primeira vez em 1650 pelo médico Francisco de La Boie enquanto desenvolvia pesquisas em busca de um medicamento diurético que fosse capaz de tratar problemas renais. Juntando uma erva abundante na região Toscana chamada zimbro a uma mistura destilada de milho, cevada e trigo, acabou criando uma das bebidas mais consumidas na história da humanidade: o gin.
A bebida foi batizada com derivação do vocábulo inglês gin, relacionado à Genebra, que possui simplificação geneva. Esta simplificação derivou a palavra genever, que é o nome holandês da erva-base do gin conhecida no Brasil como zimbro.
Durante a guerra dos 30 anos, o remédio produzido por La Boie tornou-se muito popular entre os soldados, ficando popularmente conhecido como “coragem holandesa”, pois era consumido pelos soldados antes das batalhas para afastar o frio rigoroso do inverno europeu.
Fotos: Felipe Vieira