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Morre o cantor Agnaldo Timóteo

O cantor Agnaldo Timóteo morreu neste sábado devido a complicações da Covid-19, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Casa São Bernardo, na Barra de Tijuca, no Rio de Janeiro. Timóteo estava internado desde 17 de março na unidade hospitalar.

Agnaldo Timóteo passou toda a sua infância em sua terra natal, Caratinga (MG). Desde pequeno se interessou por música e se apresentava nos circos que passavam pela cidade. Foi lá onde ele conheceu o cartunista Ziraldo, seu conterrâneo.

Iniciou sua carreira como intérprete de versões de sucessos internacionais. Teve grande popularidade nas décadas de 1960/1970, foi recordista de vendas de discos e foi agraciado com vários prêmios ao longo de sua carreira.

Com mais de 55 anos de carreira, o cantor mobilizava grande público, principalmente nas cidades do interior, tendo ainda reconhecimento internacional em Moçambique (África). Também foi muito cogitados para participações em programas de televisão e entrevistas.

Aos dezesseis de idade, saiu de Caratinga e foi para Governador Valadares (MG), onde iniciou seu trabalho como torneiro mecânico, fabricando peças para veículos que eram usados nas construções de estradas e rodovia. Lá trabalhou na oficina de italianos “Lambertucci Retifica”, no Bairro Prado, que era vizinha de uma casa onde se ouvia muita música. Agnaldo largava o trabalho para ouvir “Adeus, Querido”, sucesso da cantora Ângela Maria.

Os anos cinquenta foram marcados pelas viagens em busca de oportunidades para gravar e cantar. Mudou-se para Belo Horizonte, onde não obteve muito êxito, embora fosse reconhecido pelas rádios da cidade como o “Cauby mineiro”.

Com a ajuda de Aldair Pinto cantou nas rádios Inconfidência, Itatiaia, Mineira e Guarani (todas de Minas Gerais). Teve a oportunidade de conhecer Ângela Maria em um show que ela realizou em Belo Horizonte e ela deu-lhe o conselho para ir para o Rio de Janeiro, onde, provavelmente, teria mais chances e oportunidades.

No Rio de Janeiro, passou por hospedarias e casas de parentes, passando pelo Lins de Vasconcelos, onde conheceu o cantor Roberto Carlos, que na época havia buscado a capital pelo sonho de virar cantor. Agnaldo revelou em um programa de televisão que eles costumavam ir a pé do Lins à Cinelândia para as Rádios Nacional e Mayrinck Veiga em busca de oportunidades, pois não tinham dinheiro sequer para pagar o bonde.

Neste período, não encontrando as oportunidades que buscava, pediu trabalho para Ângela Maria, que tinha um automóvel e não sabia dirigir. Em 1961, indicado pela sua patroa, aconteceu sua estreia em disco: um 78 rotações com “Sábado no Morro” e “Cruel Solidão”, para o selo Caravelle, onde gravou também no ano seguinte a marcha “Na Base do Amendoim”. Nada aconteceu.

Em 1963, pela Philips, gravou o compacto duplo “Tortura de Amor” de Waldick Soriano, um trabalho mais bem elaborado e fiel ao seu estilo romântico. A gravadora, no entanto, não acreditou no sucesso e as 180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista.

O programa realizado por Jair de Taumaturgo na TV Rio, teve Agnaldo Timóteo como o “defensor” da balada “The house of the rising sun”, sucesso do grupo britânico The Animals. Agnaldo ganhou todos os prêmios do programa e arrebatou o público jovem, sendo contratado, imediatamente, pela EMI-Odeon, onde teve a oportunidade de gravar seus primeiros discos. O LP “Surge um Astro”, um disco de versões de sucessos internacionais lançado naquele ano, foi sucesso de vendas do mercado fonográfico daquele ano. Emplacou sucessos como “A Casa de Irene” (A Casa D’Irene), “A Casa do Sol Nascente” (The House Of The Rising Sun), “É Tão Triste Veneza” (Que C’est Triste Venise), mas o hit ficou como “Mamãe” (La Mamma). O cantor participou de muitos programas da juventude, principalmente o Jovem Guarda, embora fosse mais velho que a média dos outros participantes.

Em 1966, lançou “O Astro do Sucesso”, que seguia o mesmo roteiro de sucesso do primeiro, era composto por versões de sucessos internacionais que estavam fazendo sucesso. As músicas de maior destaque foram “Último Telefonema” (L’ultima Telefonata), “Não Te Amo Mais” (Je Ne T’Aime Plus) e “Aline”, estas últimas sucesso do jovem francês Christophe.[4]

Meu Grito – 1967

Em 1967 lançou o álbum “Obrigado Querida”, emplacando como Hit daquele ano a canção “Meu Grito” (Roberto Carlos), ficando em primeiro lugar em todas as gravadoras do país. O disco veio ainda com dois grandes sucessos da sua carreira: “Mamãe Estou Tão Feliz” (Mamma) e “Os Verdes Campos da Minha Terra” (“Green Green Grass Of Home). Segundo o cantor, “Meu Grito” consolidou a sua carreira, que precisava de uma música própria e original, diferente das versões que recebia para gravar. O disco de 1968 veio com “Deixe-me outro dia, menos hoje” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), mas esta não estourou como a primeira, obtendo apenas sucesso com “A Hora do Amor” (L’ora Dell’amore).

O LP de 1969 não teve muito destaque, trazendo apenas “Eu Vou Sair Para Buscar Você” (Nelson Ned) como sucesso. Em 1970 tentou carreira no mercado latino, com versões de sucessos seus, de Cauby Peixoto e Nelson Gonçalves, mas também não disparou. Lançou neste meio tempo regravações de hits de outros artistas como “These Are The Songs” (Tim Maia). O LP “Agnaldo Timóteo Sempre Sucesso” também não foi de grande sucesso, embora estivesse como um dos mais vendidos daquele ano.

Em 1972, com o álbum “Os Brutos Também Amam”, Agnaldo Timóteo mostrou que seguiria a linha dos românticos, cada vez menos falando a linguagem dos jovens. Este disco mostrou o amadurecimento musical dos artistas, que vinha contando seus sentimentos e desastres amorosos através de músicas inéditas. O maior sucesso foi “Os Brutos Também Amam”, da dupla Roberto e Erasmo. A capa deste disco trazia um desenho seu com dois leões de fundo, fato que fez o apresentador Silvio Santos colocar o cantor para cantar ao vivo em uma jaula ao lado de um leão.

O próximo disco traria outro sucesso inédito da dupla “Frustrações”, que deu o título do seu álbum de 1973. A capa deste também foi emblemática, pois trazia o cantor no gramado de um Maracanã vazio, para demonstrar tamanha solidão. Segundo ele próprio, o estádio foi um símbolo de uma grande frustração sua – o futebol. Botafoguense de carteirinha, ele nunca foi bom no esporte. O disco trazia outros sucessos também como “Adeus Pampa Mia” e “Cedo Para Amar”, levando o cantor várias vezes no mesmo ano para receber prêmios no Programa do Chacrinha.

Década de 1970 – A Galeria do Amor – 1975

Agnaldo Timóteo lançou a primeira composição própria – A Galeria do Amor. “A Galeria do Amor”, segundo Nelson Motta foi uma música de grande valor na música brasileira e foi uma das grandes contribuições da música chamada Brega. O disco contou inclusive com uma canção do jornalista em parceria com Guto Graça Melo “Enigma de uma vida”, além de “Quero ser seu amigo” de Benito di Paula, ambas inéditas, além da regravação de “A noiva”, versão de Fred Jorge, sucesso de Cauby.

Em 1978, “Eu Pecador” foi outra mensagem de duplo-sentido deixada pelo cantor em seu disco. Entretanto, desta vez, o cantor deixou a sua outra visão sobre os romances de que tratava, afirmando que eles eram o seu “pecado”. O álbum contou com a sua primeira tentativa de incursão no grupo da MPB, a gravação de “Por Causa de Você” (de Dolores Duran e Tom Jobim).

Depois do sucesso de “A Galeria do Amor”, Agnaldo voltou ao tema da vida noturna no Rio de Janeiro. Em 1977 fez o seu disco de maior sucesso “Perdido na Noite”, com a canção de trabalho assinada por si mesmo, além de outras composições: “Aventureiros” e “O Conquistador” (esta com Wagner Montanheiro e Miguel Plopschi). O álbum teve “Tristeza Danada” (de seu irmão Majó) como segundo destaque. Provavelmente foi sua primeira tentativa de incursão para o grupo de cantores da MPB, pois neste álbum esteve presente “Olhos nos Olhos” (de Chico Buarque), sendo lançada simultaneamente por ele, pelo compositor e por Maria Bethânia.

Década de 2010

Em 2011 lançou “A Força da Mulher”, álbum que reunia 14 faixas com nomes de mulher, dando voz a sucessos como Michelle, dos Beatles, Manuela, de Julio Iglesias e Mulher (Sexo Frágil) de Erasmo Carlos e dedicou o trabalho a então presidente da república Dilma Rousseff.[9] Em 2012 concorreu ao Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor cantor popular pelo álbum[10] e gravou no mesmo um DVD com mesmo nome, saindo em turnê.[11]

Realizou participação especial no show Duas Gerações da dupla Matogrosso & Mathias gravado ao vivo em 2014, cantando o sucesso “24 horas de amor”.[12]

Em 2015 lançou o álbum (DVD + CD) Agnaldo Timóteo 50 Anos na Estrada Asfaltada (Ao Vivo), lançado em parceria da Coqueiro Verde com o Canal Brasil. O show foi gravado um ano antes no Teatro São Pedro (SP), onde o artista celebrou sua carreira cantando sucessos com participações especiais de Alcione, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Claudete Soares e Martinha. No mesmo ano participou do projeto “MPB na ABL” (comemorando a música romântica nos 450 anos da cidade do Rio) ao lado do cantor Luiz Vieira, a convite de Ricardo Cravo Albin para um bate-papo intercalado com apresentações musicais.

Escreveu o prefácio do livro “Mensagens para a Vovó” de autoria de Antônio Marcos Pires e junto com o autor participou da Bienal do Livro SP 2016 autografando este livro.

Lançou no início de 2017 o álbum “Obrigado, Cauby” em tributo ao cantor falecido no ano anterior. Agnaldo perpassa vários sucessos da carreira do ídolo, tais como “Conceição” (em dueto póstumo com o homenageado), “Bastidores” e “Ninguém é de ninguém”. O cantor saiu em turnê pelo país com show homônimo. No mesmo ano foi lançado nos cinemas o documentário “Eu, Pecador”, retratando a vida musical, pessoal e política do artista.

Agnaldo Timóteo se apresentando ao vivo

Em 2018 gravou o álbum Reverências, ao vivo no Teatro Itália (SP), em que presta tributo a ídolos e artistas do seu tempo que influenciaram sua obra como Elis Regina, Gonzaguinha e Tim Maia. No mesmo ano grava um show para o programa Todas as Bossas da TV Brasil apresentando seus recentes trabalhos e participava de álbuns coletivos em homenagem a outros artistas, tais como Luiz Vieira e Martinha, as apresentações musicais foram registradas em disco. Também participou ao lado de grandes artistas nacionais do projeto especial em homenagem ao centenário da cantora Dalva de Oliveira e saiu em turnê na companhia de Claudete Soares, Eliane Pittman e Márcio Gomes com pelo país para a divulgação do trabalho. Junto destes artistas gravou um especial em 2019 em tributo à Dalva que foi transmitido pela TV Brasil no programa Todas as Bossas.

No ano de 2019 o cantor sofreu um AVC quando se preparava para uma apresentação no interior da Bahia. O cantor ficou hospitalizado por 59 dias e ao longo do ano foi recuperando sua saúde; retornou aos palcos em dezembro do mesmo ano. Seu grande retorno se deu no programa Conversa com Bial, onde conversou sobre sua vida e carreira com o apresentador e interpretou alguns sucessos. Fonte:  Wikipédia.

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